31 de agosto de 2018

Blogday: Reflexão sobre a blogosfera atual...



Eu posso contar a minha vida antes e depois de ser blogueira. Em 2002, quando eu tinha 16 anos, entrei oficialmente pra blogosfera, quando criei o meu primeiro blog era hospedado gratuitamente em um site jornalístico. Escrevia as minhas mazelas de adolescente em uma narrativa de 3ou9 linhas e decorava com aqueles gifs piscantes... A hospedagem era bastante precária para ter muitas mudanças.

Naquela época, eu adorava conhecer blogs novos e pesquisar imagens piscantes e acessórios para colocar no meu blog... Porém, não suportou a maioria das minhas mudanças... E mudar era praticamente regra na blogosfera dos early 2000s. Aliás, a coisa toda era muito diferente naquela época. 

Quando tudo isso aqui era mato... Eu era uma leitora assídua do blog da Liliane Prata que era hospedado no site da Uol eu nem sabia que ela tinha seguido a carreira de escritora e chegou a ter uma coluna na revista Capricho. Eu fiz algumas tentativas de montar um blog nessa plataforma e criei um no zip.net que era a plataforma gratuita da UOL. Nessa época, o blog sofria mudanças drásticas praticamente TODA a semana. Começava a semana com o template da Hello Kitty e terminava a semana com o template do seriado Gilmore Girls que eu comecei a assistir alguns episódios naquele ano.

Nessa época, surgiu as primeiras amizades na blogosfera... 
A maioria dessas amizades tinham o blog hospedado no blogger/blogspot ou estavam migrando para essa plataforma. A plataforma gratuita da UOL estava bastante zoada nessa época... E acabei criando outro blog. Em 2008, depois de uma looonga conversa no Messenger com a minha amiga virtual na época, ela também era blogueira... Além de ser mais moderninho, A linha editorial daquele blog era escrever textos pessoais e colocar as minhas fotografias que eu tirava na minha maquina digital que era a coisa mais moderna daquela época. Sem nenhuma figura cheia de glitters ou templates muito elaborados como era comum na blogosfera.

Um lado meio Milla... que depois ficou somente Lado Milla veio para abrir um novo ciclo! Em 2014 eu escrevi sobre os acontecimentos da life e sobre a roda viva que carrega os nossos sonhos para lá... Nesses últimos quatro anos a faculdade deu uma guinada, os sonhos foram realizados em formato de estágios obrigatórios, teve estagio especifico que virou GETEP e transformou-se no meu TCC que foi um projeto de pesquisa sobre Problemas Psicológicos na Migração com os Haitianos na cidade de Florianópolis/SC. Escrevi bastante sobre os livros que estou lendo... As musicas que eu estou vindo e os shows que de vez em quando rendem um "diário de chalaça".
__________

Desde a época do Orkut... As redes sociais ajudam/atrapalham a Blogosfera desde então:

Em 2015, 1 ano depois de criar o Lado Milla. A blogosfera estava lá, agitadíssima e muito diferente daquela coisa deliciosa e pacata que ela era há alguns anos... Virou uma onda de comércio gigante, tinha mais blogueiro de publi e blog monetizado que qualquer outra coisa. Tinha um "grupo de divulgação" que pregava a blogosfera oldschool. Tem gente tipo eu, que só quer ler sobre o que o amigo comeu no almoço " Grupo de blogueiros vintages...". Essa diretoria, decidiu que mandavam na blogosfera. Essa blogosfera LEVE, que era pregada, deixava assim de ser leve, porque de repente tinha regras. E tinha donos.

 Depois de várias vibes erradas: EU inventei elementos cor de violeta no layout do blog e ninguém pode fazer igual” ou ainda “EU postei sobre cachorrinhos e na semana seguinte fulana postou também”. A diretoria  resolveu fechar o grupo: 


"_Vocês não merecem falar comigo nem com o meu anjo!".

Pipocaram outros "grupos de divulgação" no Facebook não tão famosinhos mas, com as mesmas Vibes erradas: Tinha uma blogueira que de cinco post´s que ela escrevia um era como ser criativa... "Como as pessoas tinham a audácia de roubar as SUAS idéias e as SUAS ilustrações...". Depois de me estressar bastante nesses grupos... Eu resolvi que agora eu participo de poucos grupos como esse. 
Depois da Blogosfera oldschool e seus resquicios a blogosfera atual... Anda mais calma, lebrando um pouco como era escrever antigamente na blogosfera dos early 2000s. 




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30 de agosto de 2018

Vamos fingir que isto não aconteceu.

Então...
Foi a primeira vez desde 2015 que eu não completei direitinho um BEDA. Não fiquei decepcionada, tive outras coisas para priorizar. Além, das coisas monótonas da vida adulta... No final de semana, teve Pós-Graduação em Arte-terapia e depois fui Para Balneário Camboriu, comemorar o aniversário de uma amiga e dar uma voltinha para conhecer a city (percebi que não sou mais jovem quando implorei mentalmente  para o rolê terminar as 5:00h da manhã) ao invés de largar tudo pra postar no blog. Em setembro, voltaremos com a programação normal, a ideia é organizar tudo direitinho pra ter pelo menos uns 3ou9 posts por semana. Também tô querendo dar uma modificada nas cores do layout... Veremos.


Estou escrevendo no Bullet Journal. Preciso atualizar aqui como ficou o mês de Agosto no meu Bujo. Enquanto isso, a minha rotina está sendo de muitos estudos, estou malhando 3x por semana e tenho ido ao culto toda Sexta-feira após o treino da  academia.

Amanhã tem Blogday! No Dia Internacional do Blog, a tradição diz que nessa data blogueiros do mundo todo devem indicar outros blogs, de preferência que saiam da sua zona de conforto... Estou planejando algumas coisinhas para comemorar esse dia.

27 de agosto de 2018

TAG: 12 coisas que me lembram que viver é bom.



Essa TAG estava aqui nos meus "arquivos" a um tempão... Que consiste em listar as 12 coisas que deixam os meus dias melhores. Nessa semana, eu precisava MUITO ler essa lista e deixar de me sentir tão reclamona ...


1. Dias ensolarados...


Na infância, bastava sol lá fora e o resto se resolvia... Hoje os meus dias ficam melhores quando eles estão ensolarados. as minhas melhores lembranças infância, adolescêncencia e adulto começam com dias ensolarados e aquele céu azul.

2. El lado del camino

Dificilmente eu prestava atenção nas musicas nas novelas argentinas/mexicanas que tocavam nas novelas vespertinas... Até que zapeando os canais da TV aberta encontrei a novela Casi Ángeles onde os personagens estavam cantando essa música no estilo clipe musical. Estava me arrumando para ir a academia, fui obrigada a colocar essa musica do Fito Paez a tocar incansavelmente no celular e invadiu uma paz na alma que naquele momento foi incrível! E desde então, é a musica da minha vida.

3. Café 


Eu acordo as 8h:00 da manhã, antes mesmo de ir ao banheiro para lavar o meu rosto. Coloco a chaleira d'água para ferver... Para preparar o café. A frase que mais me define é "Nada antes do café..." . Preciso tomar café pelo menos 3x ao dia para ficar bem durante todo o dia.

4. Começar um livro novo


Amo ritual de início de leitura. Aquele momento de sentar na cama com o livro, olhar pra capa, analisar os detalhezinhos, fazer carinho, abrir, fechar de novo, abrir novamente, cheirar, fechar de novo, fazer carinho na primeira página e só então começar a entrar na história. Nossa, como eu amo começar um livro novo.

5. Fotografar


AMO FOTOGRAFAR!  Pode falar oque quiser sobre os registros dos dias atuais, mas a fotografia é a invenção do século! a tecnologia tirou o glamour que poucos tinham acesso... uma fotografia da família ou o famoso Álbum do bebe era raro antigamente... e bonito que tem hoje em dia um registro daquela época... mas as crianças dessa geração tem váaaarios arquivos no PC  sem dar a devida importância e a valorização  de guardar em papel ou um álbum concreto de fotografias.

6. Crianças


Tem um trecho do 14 bis que diz que "...Toda vez que a bruxa me assombra o menino me dá a mão..." apesar de não ter muitas "bruxas" no semestre passado, essas criaturinhas cuidaram da Adulta aqui (cof, cof) com carinho (SQN). Estar perto dessas crianças renovavam a energia para a semana inteira!

07. Ir a shows de bandas que eu curto



A 1° vez que assisto um show eu tenho a sensação que eu nunca mais terei chance de ver aquele show outra vez.... É angustiante! Foi assim no show da banda Acústicos e Valvulados em 2008 e no mês seguinte teve um poquet e desde então já coleciono vinte e poucos shows na bagagem e esse carinho com os "amigos de estrada..." me lembram que viver é bom.

o8. Fernadão, o pinsher 


Além dos meus cachorros de estimação um Lhasa Apso macho de 10 anos Teddy  e uma cadela da raça pincher com 8 anos chamada Mallu  eu ganhei o Fernandão um Pinsher de 5 meses que o tamanho é uma palma da mão aberta...Ele apronta muito! para um serzinho tão pequen,  praticamente todo o dia ele apronta: Teve um dia que ele subiu na mesa e comeu o pão que a mãe tinha preparado para o meu café da manhã.... Na semana passada, ele comeu um pote de musse de frutas... Na semana retrasada, ele fez um buraco no terreno da casa da minha vó e encontrou o cano da agua calmaria para que né?

09. Ter Fé.


Ando muito reclamona ultimamente... Nesses momentos preciso lembrar daquela fé genuina que tinha quando eu participava do grupo de Jovens... Em geral, o Tau pendurado no pescoço por um cordão com três nós. Esse cordão significa o elo que une a forma de nossa vida. O fio condutor do Evangelho. A síntese da Boa Nova são os três conselhos evangélicos=obediência, pobreza, pureza de coração. Obediência significa acolhida para escutar o valor maior. Quem abre os sentidos para perceber o maior e o melhor não tem medo de obedecer e mostra lealdade a um grande projeto. Pobreza não é categoria econômica de quem não tem, mas é valor de quem sabe colocar tudo em comum. Ser pobre, no sentido bíblico-franciscano, é a coragem da partilha. Ser puro de coração é ser transparente, casto, verdadeiro. É revelar o melhor de si.

10. Sandálias Melissa

Desde quando eu era muito pequenininha os meus pés são muito feios. E isso dificultava em usar sandálias como as outras meninas... Os sapatos fechados escondiam os meus pés e deixavam os looks mais verão um tanto grosseiros. Quando lançaram as primeiras Melissas lá nos anos 90 eu lembro que eu tive uma coleção...  E dai  que suava os pés e eles ficavam podres no fim do dia? E no frio? eu usava meias coloridas ou meias de uma cor mais neutra.... Ano passado, comprei um par de sandálias Melissa da cor preta. Desde então, vivo momentos com as minha sandálias "que me lembram que viver é bom".

11. Sorvete


Sou a pessoa que diz "Vamos tomar um sorvete?" Tanto no verão quanto no inverno... Na infâcia, a mãe me dava dinheiro contadinho para ir/voltar da natação, que ficava a uma quadra da minha casa... Eu gastava o dinheiro da volta para tomar sorvete na venda ... kkkkkk

12. Familia


Os meus pais são os melhores do mundo! Que clichê... Né? Mas eles me lembram que viver é bom ... Apesar de as vezes eles me pentelharem muito fazendo perfeitamente o papel de pais.







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16 de agosto de 2018

[Projeto] 101 em 1001



A Missão:
Completar 101 tarefas predefinidas em um período de 1001 dias.
Critérios:
As tarefas devem ser específicas (ou seja, sem ambiguidade) com resultados que sejam mensuráveis ou claramente definidos. As tarefas devem ser realistas e representar certo esforço para completa-las.
Por que 1001 Dias?
Muitas pessoas têm criado listas/metas com objetivos frequentemente simples, como as resoluções de Ano Novo. Só que quase invariavelmente a procrastinação acaba vencendo o esforço. Estabelecer um prazo mais realista como  1.001 dias (cerca de 2,75 anos) torna os objetivos mais palpáveis, um período de tempo maior nos permite várias temporadas para completar as tarefas, o que é melhor para a organização  das mesmas, ao mesmo tempo que permite recomeços em caso de algum ‘fracasso’.
Início: Quinta, 16 de agosto de 2018
Término: (...)
Concluído -  Cancelado 


  1. Comprar ou ganhar uma câmera fotográfica (abril de 2012)
  2.  Começar um curso de fotografia (Julho á dezembro de 2012) 
  3.  Comer um fruta por dia (por 30 dias)
  4.  Dormir antes das 23h00min e acordar antes das 07h00min em dias de semana (por seis meses) (Julho de 2012)
  5.  Não roer mais as unhas 
  6.  Tomar outro tipo de refrigerante.
  7.  Comer pelo menos um tipo de salada no almoço e no jantar. 
  8.  Doar Sangue 
  9.  Fazer as Unhas Semanalmente durante um semestre 
  10.  Comprar um estojo de 12 canetinhas da Fabber Casttel 
  11.  Comprar um estojo com 12 lápis de cor da Fabber Casttel
  12.  Comprar um livro de fotografias (ganhei de um amigo em 2012 e outro ganhei do curso) 
  13. Comprar um Bom óculos de Sol [fevereiro de 2010] 
  14.  Blogar pelo menos uma vez por semana (nos dias de semana) 
  15. Participar de um projeto de fotografias (6on6)
  16.  Retribuir e visitar blogs amigos. 
  17.  Ir três vezes ao teatro [1] [2] [3] 
  18.  Fazer aula de dança 
  19.  Viajar em família 
  20.  Andar na beira-mar ouvindo um som 
  21.  Fazer um cruzeiro 
  22. Comprar uma estante para guardar os meus livros. 
  23.  Guardar os trocos em moedas (janeiro de 2013). 
  24. Acordar cedo e não ficar enrolando na cama 
  25.  Beber mais líquidos durante o dia 
  26.  Ficar sem tomar Coca- cola por uma semana. (promessa de 365 dias) 
  27.  Ler um capitulo toda noite de um livro de escolha própria 
  28. Rezar antes de dormir por 1 semana 
  29. Estudar na biblioteca da faculdade todas as quartas-feiras [Julho/2014 - Julho/2015] 
  30.  Frequentar um Templo Cristão por pelo menos um semestre e meio 
  31.  Ser paciente com as pessoas as quais dificilmente eu seria 
  32.  Não entrar em nenhum relacionamento confuso ou que não tenha nenhuma possibilidade de dar certo. 
  33.  Conhecer outras doutrinas religiosas além da católica 
  34.  Comprar pelo menos cinco livros por seis meses 
  35.  Ler pelo menos um Livro dos clássicos da literatura 
  36.  Fazer Exames Gerais 
  37.  ler algum livro da Clarice Lispector 
  38.  Ler cinco livros inspiradores de filmes que já assisti [1] culpa das Estrelas [2]Cidade depapel [3] Menino do pijama Listrado [4]Oquarto de Jack[5] O diario de Anne Frank
  39.  Assistir 10 filmes que ‘todo mundo viu’ menos eu [1][2][3][4][5][6][7][8][9][10] 
  40.  Fazer uma lista ilustrada de 101 coisas que me fazem Feliz 
  41.  Ir três vezes ao teatro [1] [2] [3] 
  42.  Montar um Blogue de fotografias estilo um portifolio 
  43.  Fazer um Piquenique 
  44.  Participar de uma manifestação com teor Político
  45.  Ir a 10 bons shows [1]Acústicos e Valvulados [2] Nenhum de Nós [3] Engenheiros do Hawaii [4] Falamansa [5] Rappa [6] Cartolas [7] Vera Loca [8] Comunidade New Jitisu [9]Raça Negra [10] Cachorro Grande
  46.  Pensar em um tema para o TCC e estudar
  47.  Revelar 30 fotos (Clikadas por mim) por mês.
  48.  Scanner as fotos da Família
  49.  Escrever (e enviar) 10 cartas manualmente [1] [2][3][4][5][6][7][8][9][10]
  50.  Tirar uma foto de mim mesma no primeiro dia de cada mês dos 1001 dias
  51.  Fazer Postagens Mensais sobre o andamento do Projeto 101/1001
  52.  Começar a treinar em uma academia
  53.  Ler a bíblia.
  54.  Fazer Clareamento Dentário
  55.  Fazer limpeza de pele
  56.  Fazer pelo menos uma sessão de massagem
  57.  Comprar um caderno de desenho e desenhar uma vez por semana
  58.  Re-lêr os livros da minha estante.
  59.  Ler toda a Obra de Machados de Assis
  60.  Ler 10 livros Clássicos da psicologia (Acadêmicos mesmo) [1] [2][3][4][5][6][7][8][9][10]
  61.  Catalogar meus Livros
  62. Presentear 10 amigos com Livros [1][2][ [3][4][5][6][7][8][9][10]
  63.  Fazer uma Lista com minhas 101 músicas preferidas
  64.  Aprender 15 receitas Novas
  65.  Preparar um jantar
  66.  Procurar um antigo desafeto e pedir desculpas
  67.  Fazer um Encontro pra reunir 10 a 15 amigos da faculdade
  68.  Fazer algo Diferente por/ para minha mãe
  69.  Fazer uma Faxina Geral na Casa (aplicar o desapego)
  70.  Acampar
  71.  Escrever em um caderno de caligrafia
  72. Revelar 500 fotos [36/500]
  73.  Presentear um Desconhecido com um Ingresso
  74.  Plantar um Ipê
  75.  Criar uma cápsula do tempo para abrirmos depois de 10 anos
  76.  Fazer um desenho em folha em branco e guarda-los em uma pasta
  77. Fazer estágio na Psicologia Escolar
  78. Fazer estágio na Psicologia Social
  79. Viajar sozinha

15 de agosto de 2018

A ânsia



Ouço um programa de rádio na madrugada e quando dá 00h:00min em ponto o radialista lê frases, poemas e textos... e sempre te faz pensar sobre as várias temáticas... 

A ânsia


Tão simples seria, se tivéssemos a mesma interpretação das palavras, e não somente delas, mas também dos gestos. 

Se hoje habitam, aproximadamente, sete bilhões de pessoas na Terra, quantos mais por aqui passaram e deixaram seu tempo um pouco diferente do agora!

O fato é que a complexidade, a perfeição do homem é tamanha que faz dela própria (a perfeição) sua maior imperfeição, sem que ele mesmo se dê conta disso. 

Que coisa louca!

Não existe nada mais completo e possível do que a natureza humana com todas as suas riquezas possíveis e imagináveis e, é claro, o contrário dessas, as quais só o tempo haverá de mostrar o quanto ali já habitam.

Cada comparativo que seja feito, de um para com o outro, pode mostrar inúmeras verdades que ali se estabelecem. Mas, ao mesmo tempo, faz destas mesmas verdades, uma possível mentira, criada a partir do que ele tenha somente como vontade e não por fato.

A distância que move a verdade (até que essa se torne fato) faz, através do tempo, uma possibilidade de variações na interpretação de uma mesma coisa. 

Se esse tempo fosse único para todos, é bem provável que estaríamos à mercê do acaso que o próprio acaso seria capaz de fazer. Mesmo assim, poderia não ser o acaso o acaso dele mesmo, mas sim, o feito da verdade de todos.

Como existem infinitos tempos para infinitas existências pessoais, ficamos tentando determinar o momento em que faremos da “nossa verdade” o “fato” para o maior número possível de pessoas, transformando, dessa forma, o tempo de cada uma num único que cubra nosso pensamento e existência, com a mesma interpretação desejada no sim da verdade.

Enquanto nada disso acontece, ou, pelo menos, boa parte não aparece, vamos somando instantes, momentos, tempos em tempos de ânsias, supostamente chamados de “felicidade”. 

Cada vez que a ânsia aparece, parece que o tempo acelera e passa lento tal qual a felicidade que nunca chega.

De todas as vezes que a felicidade não chega, na maior parte delas, quem fecha a porta (e nem sequer uma fresta deixa) é ela que ali está, a ânsia, com seu tempo (que se diz ser infinito, mas finito é) e seu jeito egoisticamente pretensiosa de mostrar ao mundo o que não deveria, mas que o faz sem saber.

No tempo da ânsia, não existe felicidade. Quando existe felicidade, a ânsia simplesmente dá lugar à vida. Isso, se todos nós tivéssemos a mesma interpretação das palavras, bem como dos gestos.


Por Éverton Cunha, o Mr. Pi
Pijama Místico – Pijama Show – 01/04/2009

13 de agosto de 2018

É preciso ir embora...


Ir embora é importante para que você entenda que você não é tão importante assim, que a vida segue, com ou sem você por perto. Pessoas nascem, morrem, casam, separam e resolvem os problemas que antes você acreditava só você resolver. É chocante e libertador – ninguém precisa de você pra seguir vivendo. Nem sua mãe, nem seu pai, nem seu ex-patrão, nem sua pegada, nem ninguém. Parece besteira, mas a maioria de nós tem uma noção bem distorcida da importância do próprio umbigo – novidade para quem sofre deste mal: ninguém é insubstituível ou imprescindível. Lide com isso. 

É preciso ir embora. 

Ir embora é importante para que você veja que você é muito importante sim! Seja por 2 minutos, seja por 2 anos, quem sente sua falta não sente menos ou mais porque você foi embora – apenas sente por mais tempo! O sentimento não muda. Algumas pessoas nunca vão esquecer do seu aniversario, você estando aqui ou na Austrália. Esse papo de “que saudades de você, vamos nos ver uma hora” é politicagem. Quem sente sua falta vai sempre sentir e agir. E não se preocupe, pois o filtro é natural. Vai ter sempre aquele seleto e especial grupo que vai terminar a frase “Que saudade de você…” com “por isso tô te mandando esse áudio”; ou “porque tá tocando a nossa música” ou “então comprei uma passagem” ou ainda “desce agora que tô passando aí”. 

Então vá embora. Vá embora do trabalho que te atormenta. Daquela relação que você sabe não vai dar certo. Vá embora “da galera” que está presente quando convém. Vá embora da casa dos teus pais. Do teu país. Da sala. Vá embora. Por minutos, por anos ou pra vida. Se ausente, nem que seja pra encontrar com você mesmo. Quanto voltar – e se voltar – vai ver as coisas de outra perspectiva, lá de cima do avião. 

Fabricio Carpinejar

11 de agosto de 2018

Canção de Segunda: A história da musica "Sá Marina" de Wilson Simonal



Quando Wilson Simonal gravou “Sá Marina”, em 1968, todo mundo imaginou aquela mulher que descia a rua da ladeira, com sua saia branca costumeira, e que cheirava a flor de laranjeira…

Essa canção, uma letra de Tibério Gaspar para uma música de Antonio Adolfo, relata uma paixão de Tibério por sua professora no interior do Rio de Janeiro, quando ele tinha 8 anos.

“Na cidade morava uma professora chamada Brasilina, uma mulher loura, bonita, desejada pelos homens e odiada pelas mulheres. Ela morava na Rua da Ladeira (…) E quando ela saía de casadescendo a rua, os pudores se reviravam. Enquanto os homens babavam, as mulheres cuspiam na calçada, batendo janelas.(…)

‘Eu amava essa mulher’, afirma um saudoso Tibério. ‘Uma vez engendrei um plano audacioso. Eu tinha uns oito anos. Aproveitando o fato de minha mãe ser amiga dela, pedi que me levasse junto quando fosse visitá-la. E assim aconteceu após alguns dias. Minha mãe chamou-me e fomos pra casa de Brasilina. Chegando lá, pus em prática o meu plano de ‘assédio sexual’. Propositalmente esqueci um pente no sofá da sala na hora de ir embora. Minha intenção era voltar à noitinha para resgatá-lo. Tudo certo. Fiz tudo como planejara. à noite dei uma escorregada até a casa da professora e….


Tibério, tímido, não teve coragem. 

Ficou plantado na porta. 
O pente fiocu lá, esquecido. 

Um belo dia, Brasilina foi embora. Resolveu morar em Niterói, e a vida de Anta voltou a ter a monotonia de sempre… Foi assim que Brasilina inspirou Tibério a fazer a letra da canção, só mudando o nome da muas para Sá Marina, que era mais musical…

Conta Tibério ainda sobre a canção…


“Interessante é que anos mais tarde, depois que a música fez sucesso, eu fui procurado pelo programa de Flavio Cavalcanti. O programa dele tinha o quadro “Os compositores e suas musas”. daí ele me chamou para falar sobre Sá Marina. Contei que não sabia com precisão onde morava. sabia apenas que ela havia se mudado para Niterói.
A produção do programa foi atrás de Brasilina. (…)Ela falou que conhecia a música, que tinha adorado tudo que estava sendo falado, mas que não queria ir ao programa, não queria que tirassem fotografias e que nem a filmassem. “Quero que Tiberinho continue a ter a mesma ideia de mim como eu era antigamente. Agora estou velha e não quero que ele me veja assim…”

E assim surgiu um dos maiores, se não o maior sucesso de Simonal… e a canção teve mais de 300 gravações… E ainda dá para imaginar a moça descendo a rua da ladeira, provocando rebuliço naquela cidade do interior…




Descendo a rua da ladeira
Só quem viu, que pode contar
Cheirando a flôr de laranjeira
Sá Marina vem prá dançar…

De saia branca costumeira
Gira ao sol, que parou prá olhar
Com seu jeitinho tão faceira
Fez o povo inteiro cantar…

Roda pela vida afora
E põe prá fora esta alegria
Dança que amanhece o dia
Prá se cantar
Gira, que essa gente aflita
Se agita e segue no seu passo
Mostra toda essa poesia do olhar
Huuuuuuummmm!…

Deixando versos na partida
E só cantigas prá se cantar
Naquela tarde de domingo
Fez o povo inteiro chorar
E fez o povo inteiro chorar
E fez o povo inteiro chorar…

Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!

Oh!
Deixando versos na partida
E só cantigas prá se cantar
Naquela tarde de domingo
Fez o povo inteiro chorar
E fez o povo inteiro chorar
E fez o povo inteiro chorar
E fez o povo inteiro chorar…

Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!

E fez o povo inteiro chorar
E fez o povo inteiro chorar
E fez o povo inteiro chorar
E fez o povo inteiro chorar…

Descendo a rua da ladeira
Só quem viu, que pode contar
Cheirando a flôr de laranjeira
Sá Marina vem prá dançar…

De saia branca costumeira
Gira ao sol, que parou prá olhar
Com seu jeitinho tão faceira
Fez o povo inteiro cantar…

Roda pela vida afora
E põe prá fora esta alegria
Dança que amanhece o dia
Prá se cantar
Gira, que essa gente aflita
Se agita e segue no seu passo
Mostra toda essa poesia do olhar
Huuuuuuummmm!…

Deixando versos na partida
E só cantigas prá se cantar
Naquela tarde de domingo
Fez o povo inteiro chorar
E fez o povo inteiro chorar
E fez o povo inteiro chorar…

Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!

Oh!
Deixando versos na partida
E só cantigas prá se cantar
Naquela tarde de domingo
Fez o povo inteiro chorar
E fez o povo inteiro chorar
E fez o povo inteiro chorar
E fez o povo inteiro chorar…

Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!
Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá Lá!

E fez o povo inteiro chorar
E fez o povo inteiro chorar
E fez o povo inteiro chorar
E fez o povo inteiro chorar…


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Estarei tagarelando por lá também 

10 de agosto de 2018

A vida é ter pelo que esperar...



“... Eu sei que pode parecer besteira
Mas tem gente que espera
Uma vida inteira...” 

Desde quando, eu comecei a escrever no Bullet Journal fico pensando em aproveitar melhor os meus dias... Organizar o meu tempo "cheios de nadas"... A rotina de uma recém formada/desempregada é um tanto quanto sem graça: Alguns finais de semana ficam cheios por causa da pós-graduação; Eu tenho treino 3x por semana e o culto que vou toda sexta-feira. 

Na próxima semana, antes que eu sofra de uma crise de ansiedade com pensamentos fixos das coisas que eu deveria colocar na mala (Roupas, sapatos, acessórios e livros). Eu começarei a arrumar a minha mala de roupas para viajar no Domingo (12). 

No final de semana, tem pós-graduação das 8h até ás 18h/ minha amiga vem dormir aqui em casa e prometemos que dormiremos cedo. No dia seguinte, tem pós-graduação novamente das 8h até ás 18h e aniversário da Luiza em Balneário Comburiu! 

Viajarei no Domingo mesmo. Chegaremos em Balneário Comburiu ás 18:00h para comemorar o aniversário da minha amiga e passar uns dias na cidade de Balneário... Eu sempre acreditei naquela frase "A vida é ter pelo que esperar..." e eu sempre estou esperando: um show... oportunidades... até uma Viagem! 

Nos velhos tempos de “fofoloGuê” e que nem se sonhava entupir uma pagina de imagens com Hastag's, a modinha entre as adolescentes era fazer contagem regressiva para momentos bacanas que iriam vivenciar: viagens, shows, visita à casa de amigos... 

Faltam 09 dias.

9 de agosto de 2018

7 tipos de pessoas tóxicas das quais você deve fugir.



Ao longo da vida, estabelecemos relações sociais em diferentes esferas. Seja dentro da família, com colegas de estudo ou trabalho, ou até mesmo com aqueles com que tivemos relações sentimentais que se encerraram sem rancores, são muitas as pessoas com que cruzamos em nossa vida para compartilhar épocas ou momentos, mas que nem por isso irão nos acompanhar para sempre. E acontece também que, como se padecêssemos de uma espécie de Síndrome de Diógenes com as pessoas (na qual se incluem os chamados acumuladores), é bastante custoso nos desligarmos daquelas relações que já não contribuem com nada em nossa vida. Ou porque essa relação se desgastou, ou, pior, porque se tornou tóxica, é preciso parar de acumular amigos (seja no Facebook ou na vida real) compulsivamente, e começar a valorizar as relações com aqueles com quem realmente vale a pena passar o nosso tempo.

Por isso, ouvimos alguns especialistas para fazer uma lista dos tipos de pessoas das quais você precisa aprender a se distanciar um pouco, ou até mesmo aprender a dizer adeus para sempre, sem se sentir culpado por causa disso:

1. O cônjuge vitimista: Você já não sabe se ele está com você porque gosta de você ou porque você se transformou no seu lenço de enxugar lágrimas mais resistente. Há pessoas que, diante dos problemas, só sabem assumir o papel de vítima. Como explica a psicóloga Patricia Ramírez, “são aqueles que jogam a culpa de todos os seus males em outras pessoas, fugindo de qualquer responsabilidade pelo problema que acontece com eles”. O problema é que esse vitimismo pode se traduzir em que nos contagiem com sua tristeza, frustração e apatia. Por isso, é importante aprender a contê-lo a tempo. “Em primeiro lugar, é preciso lhes dizer que estamos dispostos a ajudá-los a tomar decisões e a solucionar problemas, mas não a ser o lenço em que eles afogam as suas mágoas sem se esforçar para nada”. Se isso não der certo, a melhor opção talvez seja se afastar, pois, como lembra a psicóloga, “você não o estará abandonando, mas sim dando um impulso para que ele aja”.


2. O parente cara-de-pau: Todos sofremos com um familiar que sempre nos telefona para pedir um favor, seja na mudança, seja com os filhos ou para lhe emprestar alguma ferramenta que você sabe que nunca mais vão lhe devolver, mas que nunca está presente quando se necessita dela. Como conta a psicóloga, “são pessoas que sempre querem alguma coisa de você, mas que não sabem ou não querem manter relações bidirecionais, em que deem pelo menos parte daquilo que recebem”. Assim, a psicóloga insiste em que devemos ser os primeiros a deixar claras as nossas próprias necessidades e não nos deixarmos engolir por aqueles que “tiram coisas dos outros sem lhes perguntar se estão bem ou se precisam de ajuda”.

3. As más-línguas: toda vez que encontra com você, esse amigo fala mal de todas os conhecidos que vocês têm em comum. Às vezes, até lhe telefona só para contar a última besteira que fulano ou sicrano fizeram. Acha que ele não fala mal de você também para os outros? Embora todos nós tenhamos um pouco de fofoqueiros de vez em quando, é preciso ter cuidado com aquelas pessoas que “vivem de viver a vida dos outros, porque não suportam a vida delas próprias”, como afirma a psicóloga, para quem “sua vida é sem graça demais, entediante ou frustrante demais para que se fale dela, então passam a destruir tudo o que há em volta”. O conselho para lidar com esse tipo de pessoa é claro: “Não deixe que essa pessoa faça julgamentos de valor sobre outras pessoas que não estejam presentes se você não quiser que ela faça o mesmo com você”.

4. O colega com más intenções: Aquele colega que olha você de soslaio quando você não faz aquilo que ele tinha em mente e que você sabe que, como vingança, em algum momento, decidirá aprontar alguma para cima de você, com má intenção. Sobre esse caso, Patricia Martínez é categórica: “É preciso se afastar radicalmente desse tipo de pessoa”. Com base na sua experiência, ele acrescenta que “são pessoas que vivem constantemente tomadas pela raiva, como se o mundo lhes devesse alguma coisa. Não suportam que os outros obtenham êxito, se esforcem ou tenham força de vontade, porque essas atitudes de superação as rebaixam ainda mais”. Se não mantiver distância em relação a elas, você acabará perdendo a capacidade de se defender e sofrerá com sentimento de insegurança, impotência e ansiedade.

5. O chefe manipulador: Talvez não seja o seu chefe imediato, mas sim aquele intermediário entre você e o “todo poderoso”, que você teve a sorte de que é simpático, amável, próximo e que sempre lhe inspira confiança. Pois, esteja atento. “Mesmo que sinta que ele se interessa por você, que o escuta, é importante saber que há um perfil de pessoa que guarda todas as informações que você lhe dá, para o caso de precisar usá-las contra você”, alerta, nesse item, a psicóloga emocional Nuria Álvarez. Por isso, não se deve esquecer que ele continua a ser sempre chefe e que é preciso aprender a mesurar a questão da confiança, porque “com o objetivo de conseguir o que quer, esse tipo de pessoa chega a fingir sentimentos, a enganar e a desviar de muitas situações. O que elas querem com isso? Que você se sinta culpado e ceda, em favor delas. São carrascos hábeis disfarçados de vítimas”.

6. O amor platônico e narcisista: Você passa mil anos disponível para tudo o que ele precisa, com a esperança de que se avance para algo a mais. No entanto, sempre que estão juntos, você percebe que “ele só fala dele mesmo, fica contando uma quantidade sem fim de problemas ou de coisas alegres sem perguntar uma única vez como você está ou como foi aquela cirurgia tão importante da qual você ainda está se recuperando”, comenta a psicóloga emocional. Segundo a especialista, esse tipo de pessoa tóxica não costuma se preocupar com os outros, pois está sempre centrada em si mesma e em satisfazer a sua necessidade de receber atenção. Assim, sem perceber, você se tornou um elemento fundamental na vida dela, já que alimenta a sua autoestima, ao mesmo tempo em que ela não acrescenta nem acrescentará nada a você. A especialista afirma também que esse comportamento costuma se manifestar “em pessoas que se acham superiores e melhores do que as outras e que por isso exageram quanto aos seus talentos e estão sempre à espera de que você as inveje e admire”. Enquanto você não se afastar discretamente, para que ela passe a falar da sua vida a outros, “tome cuidado e tenha paciência com as birras dela, porque, enquanto ela não se sentir reconhecida, sempre lutará para ser protagonista da sua vida e de todas as conversas”.

7. O colega de estudo pessimista: Quando iam juntos à faculdade, vocês acalentavam grandes projetos, mas, com o tempo, a realidade foi se impondo e nem tudo saiu como imaginavam. No entanto, você ainda sonha em fazer coisas novas e alcançar objetivos, enquanto ele já se rendeu. “São pessoas que só sabem ver as dificuldades do que pode ser feito. Semeiam dúvidas e temores, criam insegurança, desmotivam e podem a chegar a convencer você de que aquilo que você considerava bastante possível alguns minutos atrás agora é exatamente o contrário”, comenta Nuria Álvarez. É bom que existam pessoas que nos façam enxergar os possíveis riscos de alguma decisão a ser tomada ou de levar adiante um projeto complicado, mas essas amizades vão muito além disso. “Elas acabam se desgastando porque exalam negativismo: tudo, para elas, é um problema, vivem com medo e nunca tentam fazer nada. Não saem da sua zona de conforto e não deixam que os outros o façam”. Assim, leve isso em conta antes de avaliar a opinião dele ou decida que há coisas que é melhor não compartilhar, se você não quiser que ele lhe roube todos os seus sonhos e esperanças.

SILVIA C. CARPALLO

7 de agosto de 2018

15 anos de OC - Um estranho no paraiso.


Eu comecei a assistir OC - Um estranho no paraiso em 2016 (Quando assinei a Netflix) foi uma das  séries que eu comecei assistir devagar... me deliciando a cada episódio. No dia 5 de agosto de 2018 a série fez 15 anos!

Irei sentir saudades da Summer e Seth que é o meu casal favorito durante todas as temporadas chorei demais quando eles duvidaram da relação deles por serem muito jovens... As festividades do Natanukká... O capitão aveia e a Princesa Faisca... A série ficticia The Valley... e por ultimo a coelhinha panqueca.

No dia 5 de agosto de 2003, Ryan Atwood chegou à Orange County tornado essa série um fenômeno de cultura pop. 

Os criadores e autores do Teatro Grego foram originais,Eles é que começaram a conduzir os conceitos que nós usamos hoje como dramaturgia. A inspiração era tão nova e entorpecente, que parecia ritualística. Hoje em dia, só repetimos fórmulas, incorporando uma ou outra novidade, outro ângulo, outra perspectiva, que acaba tornando o óbvio menos previsível e o corriqueiro em surpresa. A vida imita a arte e a ficção também. Alguns autores sabem manipular as poucas notas dessa canção... 

outros nem tanto. 

Josh Schwartz está no primeiro caso. Por mais carinho que eu nutre por The OC, com um toque de nostalgia... Essa não é a minha série favorita. A série não representa originalidade bruta, mas representa originalidade derivada. Apoiando-se numa premissa básica de organização social, o moço (o mais jovem showrunner da história) levou a FOX a proposta do show, que não demorou a marcar seu nome na história como ícone pop e como referência cultural. E a ser, sem querer, analogia involuntária para a vida.

O cenário é o cotidiano, mostrando os personagens o seu núcleo social vivendo a sua rotina. Toda ficção começa com a chegada de alguém. . A rotina sempre representa segurança, sempre se refere à dinâmica que já está estabelecida. Os indivíduos costumam se agrupar entre iguais justamente para tentar preservar a força de seu cotidiano. Se qualquer movimento contrário é feito, deflagra-se uma rede de acontecimentos que atribulam a vida dessas pessoas. É assim na vida e é assim na ficção. Por isso, faz todo sentido que os movimentos desses personagens desestabilizam o mundo em questão.

As pessoas sempre seguem em suas vidas nessa mesma proporção: cumprindo prazos, hábitos, vivendo no mesmo ciclo. O tremor que bifurca os caminhos vem, quase sempre, de interferências externas.

O mundo de Sandy Cohen era totalmente monótono. Ryan (o estranho no paraíso...) não era um protagonista soberano. O "protagonismo" era a transformação que a presença dele causou na vida da família Cohen na mesma intensidade com a qual a vida do menino pobre foi transformada. a vida do menino rico Seth também transformou-se com a chegada de Ryan, Seth era fruto de um casamento que nasceu pra transgredir: Sandy era um idealista que se apaixonou por uma “patricinha”. Kirsten, entretanto, tinha vontade de ir contra a correnteza de uma tradição. Os dois se apaixonaram pelo que representavam um pro outro. No início, pode ser sido desbravador, mas logo também passou a ser rotina.Sandy vivia no meio dos ricos achando que nada daquilo o atingia e Kirsten tinha um marido engajado, que ajudava a diferenciá-la de suas vizinhas alienadas. No fim das contas, entretanto, os dois estavam mergulhados na inércia. 


Seth era o goroto Nerd. Inteligente que era considerado o maior defeito que alguém poderia ter na Escola Harbor. Não era belo o suficiente ou esportivo o suficiente pra ser popular, e para que alguém descobrisse que ele era interessante, antes precisaria se aproximar dele.


As garotas eram populares. que se ilustravam através da fraqueza pessoal de Marissa e da preguiça intelectual de Summer. Marissa era a típica garota "rebelde sem causa" que tinha aquele vazio clássico de quem não tem problemas de verdade. Já Summer forçava prioridades superficiais por achar que esse era o movimento natural do meio onde estava inserida. Todos eles, sem exceção, só cumprindo um ritual diário.


Quando Sandy levou Ryan para casa naquele dia a transformação de uma série de anseios e conflitos escondidos que redefiniram aquela sociedade. Sandy foi obrigado a se confrontar com o pouco que fazia e que pensava que era muito, Kirsten precisou ser diferente das vizinhas alienadas na prática e não só na teoria, Marissa ganhou um projeto para se preocupar de verdade, Summer foi obrigada a pensar em mais além de si mesma e Seth ganhou um amigo.

A possível transformação do Seth "o pobre menino rico" acabou ganhando protagonismo. Pois Ryan se transformou no que aquele solitário menino precisava. Um amigo… Sua vida mudou tanto assim apenas porque ele teve uma coisa que tanta gente não tem nenhum trabalho pra ter: um amigo.


A partir do momento em que o problemático Ryan Atwood chega à Orange County, a vida dessas pessoas começa a se reconfigurar, mudando não só comportamentos, como também personalidades. E esse foi o grande diferencial de The OC, que em sua Primeira Temporada, surpreendeu o público e a crítica com uma forma mais debochada, irônica e sagaz de fazer televisão para adolescentes.

Benjamin McKenzie era o rapaz perfeito para o personagem por conta de sua atitude bad boy. Esse era o aspecto mais importante sobre Ryan, que precisava chocar o mundo asséptico de Kirsten Cohen, única personagem com força suficiente para impedir a permanência dele naquele sistema. Uma boa ficção sempre trabalha com opostos, e por isso The OC deu certo tão de cara.


O primeiro episódio já nos deixa completamente fascinados pela expectativa do que Ryan ia provocar naquela sociedade tão “perfeitinha”. Os preconceitos acerca de todos os personagens foram sendo discutidos e superados, passo a passo. Todos, absolutamente todos os personagens, não sabiam nada uns sobre os outros. Até a chegada de Ryan, Sandy achava que nenhum membro do clã Newport Beach valia a pena de se ter uma conversa. O terremoto que o garoto provocou quando chegou, aproximou Sandy de Jimmy. Antes de Atwood, Kirsten não sabia nada sobre o filho, nada sobre a própria capacidade de superar sua origem cristalizada. Essa flexibilidade lhe permitiu se aproximar de Julie. Marissa e Summer nem mesmo eram amigas de verdade, porque foi só com a chegada de Ryan que elas precisaram fortalecer esses laços.


A primeira temporada da série com uma linha de narração de dar inveja a qualquer novelão, mas se salvando do lugar comum com um texto e uma trilha sonora espertíssimos. Confirmou seu sucesso. 

O primeiro ano foi tão intenso, que parecia impossível ter pra onde seguir no ano seguinte. O Season Finale do show, com a sentida partida de Ryan, foi tão catártico que visto novamente, até hoje, emociona. E por uma razão muito simples: numa tacada de mestre, Josh Schwartz passou um ano bagunçando o mundo dos ricos para que quando a ameaça de voltar com Ryan pra seu lugar chegasse, a perspectiva daqueles personagens de retomarem sua rotina apática, os devastaria. 


Kirsten se transformou em mãe de Ryan em diferentes episódios com amor totalmente desinteressado, nos transmitindo toda a dor/ alegria de ver transformações tão positivas. Por mais sofrimento que a chegada de Ryan pudesse ter provocado, nada foi tão forte quanto os sentimentos de afeto sincero que esse evento deflagrou na vida daqueles personagens.

Então chegou a Segunda Temporada e alguns padrões começaram a se confirmar. O primeiro deles era o de que a série estava disposta a tudo. O curioso é que muitos desses padrões transformaram a Mischa Barton como antagonista com a sua "rebelde sem causa" Marissa Coper. 


O interesse romântico do herói costuma ser problemático mesmo, mas nunca foi tão transgressor quanto Marissa era. Além de mentir, roubar e se drogar, ela começou o segundo ano da série tendo uma experiência lésbica. Isso arrepiou os cabelos da FOX na época, que logo tratou de exigir mudanças, mas ainda assim, já estava feito e já era sacramentado: The OC era diferente, era realmente ousada...


Marissa, entretanto, vinha confirmando outro padrão que acabou se tornando uma garota problema: ela precisava de “projetos” novos o tempo todo, para sentir-se viva. Na primeira temporada foi Oliver, na segunda foi Trey e na terceira, Johnny. Enquanto o roteiro tentava explorar o casal separadamente... Na minha humilde opinião o casal Ryan& Marissa não tinha uma quimica como casal... Apagando muitas vezes o casal Seth&Summer que foram um casal super fofinhos nas duas ultimas temporadas.

A segunda temporada de The OC foi uma trilha-sonora muito rica. Com bandas se apresentando ao vivo no Bait Shop, de universo nerd (com o Comic Book “Atomic County”) e de tiradas de referência. Seth e Summer irritaram um pouco no triângulo interminável com Zack, mas o ótimo texto de Josh e seu time salvava a série da irrelevância. Momentos como o do “beijo do Homem-Aranha” foram responsáveis por impedir qualquer crítico de não reconhecer a nova linguagem proposta pelo show.


A série renovou a procura por clássicos de cinema e literatura, recebeu convidados de peso, ironizou com o mercado e fez piada de si mesma com a impagável The Valley. A trilha sonora com as canções arrebatadoras que tocavam em cada episódio.

No primeiro episódio da série, os roteiristas já tinham consciência de qual seria o fim mais provável da personagem Marissa. Na segunda temporada, Marissa se transformou como catalisadora das maiores tragédias do enredo. Ao mesmo tempo em que a seqüência abaixo é uma das mais bem dirigidas do programa, também condena a personagem definitivamente, à infelicidade.


A personagem de Marissa é, sem dúvida, a condutora dos maiores problemas da Terceira Temporada, que se afundou num grande “mais do mesmo” em que os únicos enredos que pareciam possíveis, eram aqueles em que ela colocava seu relacionamento com Ryan em segunda posição.

Ao invés de explorarem a ótima possibilidade de ter a personagem estudando numa escola pública, resolveram explorar a paixonite do trágico Johnny por ela. Isso diminuiu a força dela, a força de Ryan e a força do show. The OC descia numa espiral longa de chatice e quando perceberam que a série não sabia pra onda ia, já estávamos na metade final da temporada.

The OC nunca ignorou o que tinha feito com ela. Fizeram Mischa Barton viver visceralmente a escuridão de Marissa. A inadequação que a personagem redescobriu estava ali o tempo todo, na sua expressão, nas suas horas a fio no mirante da praia.Marissa se tornou uma presença infeliz. Exploraram a personagem de tantas formas cruéis, que a impossibilitaram totalmente de conseguir sair das sombras. 

O roteiro jamais fingiu que não tinha massacrado a personagem e independente dos motivos que levaram ao trágico season finale, ele era a única, definitivamente, saída possível para um quarto ano no mínimo, decente. Por outro lado, ela era a "antagonista" da história. Eu preferiria uma mudança radical da sua personagem. Como a mudança da personagem Summer por exemplo: De uma patricinha futil para uma ativista ambiental...


The OC acordou um pouco no final da terceira temporada. Matar Marissa era uma decisão arriscadíssima, mas totalmente justa. Eu como telespectadora reconheci que esse, inclusive, era o destino final que mais a honrava. Marissa era trágica, deslocada, enegrecida. Sua trajetória era a de estar em constante confronto com o próprio vazio. Seu esforço em sempre tentar “salvar” rapazes problemáticos de suas vidas, ela conheceu Ryan nessa situação... era uma fuga da própria incapacidade de reconhecer um objetivo pessoal, nuclear. Marissa não nasceu para ser feliz, ela foi construída para representar essa dor. A morte era a redenção dela e dos outros personagens...

Tudo isso ficou muito claro quando a Quarta Temporada estreou cheia de vida. O episódio em que mostra as etapas do luto de Summer demonstrou a "negação" com a morte da Marissa nos primeiros episódios dessa temporada... Eu esperava um pouquinho mais de drama... The OC renasceu tão livre e bem-humorada que chegou a dar orgulho. 

A incorporação de Caitlin manteve o tom de transgressão e a chance que deram para Taylor Towsend foi preciosa para o futuro de Ryan dentro do programa. O drama ainda estava ali, mas sempre se lembrando de ser sagaz e de flertar com o riso, com o deboche, como era e como nunca deveria ter parado de ser.

Curiosamente, ao mesmo passo em que a chegada de Ryan foi a base dramatúrgica clássica que re-configurou a dinâmica dos personagens, a partida de Marissa fez isso de novo, reinaugurando aquelas vidas e forçando-os a se reinventar. A mudança pela chegada… A mudança pela partida… The OC explorando o melhor dos berços criativos, mas infelizmente sendo castigada por isso. A série teve seu cancelamento na quarta temporada. A série nem mesmo teve tempo de completar seus 22 episódios. Por sorte, teve tempo ao menos de um encerramento digno. Os episódios 15 e 16 foram os últimos e são tão absurdamente bons que comovem até hoje. Promovem um terremoto ao som de Fredo Viola, transformam Radiohead em vinheta de intervalo… Se despedem da TV com um carinho tão grande por si mesma e pelos fãs.


Ainda nessa última temporada, em um episódio em que Taylor e Ryan vão parar numa realidade alternativa, os roteiristas confirmaram nossa analogia ao se fazerem a fatídica pergunta: E se Ryan nunca tivesse chegado? Meus queridos leitores, eu nem sei o que seria de nós se Ryan nunca tivesse chegado. Será que poderíamos superar a falta das neuroses de Seth? Será que o mundo teria a mesma graça sem a inteligência relutante de Summer? Se Ryan não tivesse chegado, nunca teríamos conhecido o trabalho deleitoso de Melinda Clarke e sua adorável cafajeste, Julie. Marissa só foi tão chorada, porque tantas vezes foi salva por Kid Chino… Taylor só me rir tanto, porque um dia ela se emocionou por ser parte de algo maior: uma amizade. Se Ryan não tivesse chegado, não haveria mudança naquele mundo de mentira… Não haveria mudança no nosso mundo de verdade.
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