Ouço um programa de rádio na madrugada e quando dá 00h:00min em ponto o radialista lê frases, poemas e textos... e sempre te faz pensar sobre as várias temáticas...
A ânsia
Tão simples seria, se tivéssemos a mesma interpretação das palavras, e não somente delas, mas também dos gestos.
Se hoje habitam, aproximadamente, sete bilhões de pessoas na Terra, quantos mais por aqui passaram e deixaram seu tempo um pouco diferente do agora!
O fato é que a complexidade, a perfeição do homem é tamanha que faz dela própria (a perfeição) sua maior imperfeição, sem que ele mesmo se dê conta disso.
Que coisa louca!
Não existe nada mais completo e possível do que a natureza humana com todas as suas riquezas possíveis e imagináveis e, é claro, o contrário dessas, as quais só o tempo haverá de mostrar o quanto ali já habitam.
Cada comparativo que seja feito, de um para com o outro, pode mostrar inúmeras verdades que ali se estabelecem. Mas, ao mesmo tempo, faz destas mesmas verdades, uma possível mentira, criada a partir do que ele tenha somente como vontade e não por fato.
A distância que move a verdade (até que essa se torne fato) faz, através do tempo, uma possibilidade de variações na interpretação de uma mesma coisa.
Se esse tempo fosse único para todos, é bem provável que estaríamos à mercê do acaso que o próprio acaso seria capaz de fazer. Mesmo assim, poderia não ser o acaso o acaso dele mesmo, mas sim, o feito da verdade de todos.
Como existem infinitos tempos para infinitas existências pessoais, ficamos tentando determinar o momento em que faremos da “nossa verdade” o “fato” para o maior número possível de pessoas, transformando, dessa forma, o tempo de cada uma num único que cubra nosso pensamento e existência, com a mesma interpretação desejada no sim da verdade.
Enquanto nada disso acontece, ou, pelo menos, boa parte não aparece, vamos somando instantes, momentos, tempos em tempos de ânsias, supostamente chamados de “felicidade”.
Cada vez que a ânsia aparece, parece que o tempo acelera e passa lento tal qual a felicidade que nunca chega.
De todas as vezes que a felicidade não chega, na maior parte delas, quem fecha a porta (e nem sequer uma fresta deixa) é ela que ali está, a ânsia, com seu tempo (que se diz ser infinito, mas finito é) e seu jeito egoisticamente pretensiosa de mostrar ao mundo o que não deveria, mas que o faz sem saber.
No tempo da ânsia, não existe felicidade. Quando existe felicidade, a ânsia simplesmente dá lugar à vida. Isso, se todos nós tivéssemos a mesma interpretação das palavras, bem como dos gestos.
Por Éverton Cunha, o Mr. Pi
Pijama Místico – Pijama Show – 01/04/2009
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