22 de junho de 2022

Agora você só fala sobre livros, né?



Eu estava aqui tomando meu café com leite e ouvindo o último álbum “Amarelo - Ao Vivo” do Emicida no computador, abri essa caixa de texto. Deu vontade de escrever como eu escrevia antigamente...



Eu sou ansiosa e passei boa parte da vida sem saber lidar com isso. Só de uns meses pra cá é que me dei conta do quanto o Flashbacks “aquela vergonha que passei em 2005...” que é um dos sintomas da ansiedade me fazia mal e que acaba virando um pensamento obsessivo que talvez hoje eu teria uma resposta melhor para alguns acontecimentos do passado.

Desde a 1° vez que eu recebi o diagnóstico de transtorno de ansiedade eu comecei a prestar mais atenção nos meus sentimentos. Não é fácil lidar com o que habita em nós, né? É necessário fazer uma auto-análise (critica) sobre as coisas que acontecem e de como será a minha reação. Tem sido uma descoberta incrível conhecer o que me deixa angustiada, eu não consigo criar um parâmetro do que é simples ou complexo eu apenas sinto... Depois que acontece, eu percebo que são as mais simples que dão vergonha de encarar. A gente se sente bobo.

Quer um exemplo? No final de semana, eu fui almoçar na casa dos meus avós e os meus tios estavam lá. O meu tio, é um daqueles caras expert em música. Sempre conversamos muito e trocamos ideias sobre o atual cenário musical e sempre pego boas dicas musicais. Porém, naquele final de semana o diálogo surgiu da seguinte maneira:

_ Eu ouvi a live de uma dupla sertaneja com 0 Alceu Valença estavam cantando “La Belle De Jour” [...].

_ [...] Agora você só fala sobre livros, né?

_ [...]

Só na internet´s eu já escrevi sobre: música underground, fotografias e livros... Só no blog Lado Milla eu escrevo sobre esses assuntos há quase 10 anos. Quando eu comecei a escrever conteúdo literário no Expresso Literário parece que eu me tornei expert em literatura ou pior  sou comparada a uma pessoa sem assunto....

Acontece que eu não consegui ter uma resposta e manter a conversa­ — Eu não consigo ter uma resposta rápida quando eu me sinto constrangida eu mastigo esse diálogo no meu pensamento de uma maneira que me causa sofrimento e o resultado disso é uma crise de ansiedade generalizada (Oi, estômago!).

Quando você procura muito alguma coisa e não acha e quando você não está precisando ela cai no seu colo... É assim que funciona com as minhas respostas. A primeira sensação é de desespero. Minha ansiedade começa quando eu não consigo compreender o que está acontecendo.

a) Eu preciso lembrar os mínimos detalhes desse diálogo. b) Eu preciso pensar a melhor forma de falar essa resposta c) Eu preciso mastigar esse diálogo com a resposta.

Depois de compreender o que estava me causando esse sofrimento: Eu não sei da respostas rudes para as pessoas eu percebi que isso é algo bobo pois eu não posso administrar a pergunta do outro mas eu posso controlar a minha resposta e isso não deveria me causar esse tipo de sofrimento.

Parece bobeira, né? Tanto na faculdade de Psicologia quanto na análise aprendemos que: O sofrimento psíquico se dá pela necessidade de não saber o que é seu (resposta) o que é do outro (pergunta). Nesse diálogo por exemplo; Não deveria ter me causado a angustia que me causou durante semanas... Principalmente, é necessário lidar com os sentimentos no exato momento que você está sentindo.

Saudades de escrever no blog de uma maneira tão pessoal. A sensação, assim que termino de escrever ou falar, é de total leveza. Que sómente a escrita me proporciona.



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Um comentário

  1. Eu amei! Também tenho tag e sofro demais, é horrível! Sempre que quiser escrever sobre isso terá em mim uma leitora fiel. Na verdade, o que quero dizer é escreva mais sobre isso por favor!!!

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Maira Gall