Uso muito a expressão, "e a vida segue..." não celebrando que as coisas mudam e sim, lamentando o porque das mesmas mudanças. Esse texto foi da novela A vida da gente do ano de 2010 e desde lá, esta guardada nos meus arquivos e sempre é um "tapa na cara" diferente quando leio essas linhas...
“Ninguém
entra num mesmo rio pela segunda vez, pois quando isso acontece já
não se é o mesmo, assim como as águas que já serão outras.
Foi
um filósofo grego que viveu no século V A.C., Heráclito de Éfeso
que fez essa formulação que até hoje nos fascina: o
fluxo eterno das coisas; é a própria essência do mundo – apontou
Heráclito. E, se ainda hoje ficamos espantados com isso é porque
nos apegamos teimosamente ao que já passou, esperando, no fundo, que
tudo permaneça igual.
Então, é necessário um filósofo da Antiguidade ou um escritor contemporâneo para nos fazer entender que nada é permanente, a não ser a mudança.
Olha só, eu separei aqui um trecho do “Grande Sertão”, onde Guimarães Rosa fala um pouco sobre isso. Olha só que beleza: “O mais importante e bonito do mundo é isto: que as pessoas não são sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando – afinam ou desafinam, – verdade maior é o que a vida me ensinou”.
Não é incrível? O filósofo flagra a fluidez e o escritor se maravilha com isso: “É o mais bonito da vida”, diz Guimarães Rosa. É uma celebração do movimento, não é um lamento.
O tempo não para e isso é belo. Então, na semana que vem nós nos encontraremos aqui e eu serei outro e vocês também.”
Trecho
do ultimo capitulo da novela A
vida da gente no
ano de 2010
Trecho do ultimo capitulo da novela A vida da gente no ano de 2010
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