26 de julho de 2014

Sobre estar só, eu sei...♪


Esse texto surgiu depois de ler um texto sobre solidão. Nunca vi a minha solidão como algo negativo, mesmo quando as outras pessoas ao me criticarem falavam que “Se você continuar assim, vai morrer sozinha!” mesmo tendo nascido e convivido bem sozinha nesse vinte e poucos anos... Na maioria das vezes se aproximaram pessoas que se tornaram pessoas muito especiais que as guardo com muito carinho.

Nesses meus vinte e poucos anos... me nego, a acreditar em “Verdades absolutas” muito menos se, essas verdades absolutas sejam sobre a minha vida. Porém, uma dessas verdades é a respeito à minha solidão. Sou filha única. Sempre fui acostumada a sobreviver às reuniões familiares e os finais de semanas inteiros, principalmente aos de feriado prolongado, sozinha. Há pelo menos vinte poucos anos... Sou acostumada.

Tenho muitos primos, mas todos eles são muito mais novos que eu. Aliás, um desses primos morou lá em casa durante dois anos. Mesmo ele sendo um bebê “fofuxo” e chato era legal morar com outra criança além de mim. Na medida em que crescemos, mesmo tendo sete anos de diferença ele se transformou em uma única companhia durante um tempo. Acabamos crescendo, mudando e nos mudamos e já não somos mais os mesmos...

 Quando eu recém iria completar 07 anos, meus pais e eu nos mudamos para morar em uma Vila. Na vizinhança tinha crianças de diferentes faixa-etárias e isso sempre foi sinônimo de confusão... Sempre voltava para casa chorando ou irritada e principalmente sozinha! Houve até um “causo” que aconteceu em uma típica sexta-feira que estávamos em um grupo eu e mais cinco meninas, conversando (éramos pré-adolescentes não digo que brincávamos nem jurada de morte rs).

 Estávamos brincando conversando, praticamente a tarde inteira, até que, chegou duas meninas já conhecidas do grupo que causou um “burburinho” começaram a fofocar e falar muito mal dessas meninas... Dei a minha opinião, e parei de falar sobre o assunto, vi uma a uma dessas meninas que estavam no mesmo grupo passarem para o grupinho das garotas que elas estavam falando mal e nem éramos “grupos rivais” nem nada... Uma menina voltou atrás, querendo continuar a conversar comigo, mas, preferi continuar brincando sozinha. Esse “causo” acabou resumindo a minha adolescência. Na escola sempre tive muitos colegas, mas quando eu realmente eu precisava sempre me encontrava sozinha... Acabei aprendendo a tirar proveito disso, como diz aquele trecho do Caio Fernando de Abreu: “Na medida do possível faço tudo só. Dá mais certo.”.

 Provavelmente porque me acostumei a ser uma pessoa sozinha, eu tenha me adaptado a me ver sempre sozinha, considerando que tenho praticamente 30 (e longe de alcançar o sucesso¬¬), mas sozinha. Aprendi a conviver bem com a solidão gostaria de ter mais pessoas no meu círculo de amizades (influenciada com os seriados estilo Friends), mas na maioria das vezes, eu até gosto de passar longos períodos, sozinha sou como se assim eu pudesse entrar em contato comigo mesma e descobrir mais sobre quem eu sou.

Na adolescência meus relacionamentos duraram tanto tempo quanto as minhas amizades... O relacionamento mais duradouro que eu tive durou seis meses. E foi o relacionamento mais próximo também, almoçávamos praticamente todos os dias... Já que eu tinha aula no período matutino e ele tinha aula no período vespertino.

 (...)

Meus relacionamentos desde então, foram todos passageiros. Sempre fui muito egoísta, ao ponto de, não permitir que ninguém tire o meu sossego... na última tentativa de relacionamento mesmo “acompanhada”, eu ficava horas a fio em silêncio, com um olhar vago... para o nada. Gosto muito do meu “mundinho” acho que na maioria das vezes eu não iria ser compreendida então, nem perdia tempo tentando explicar. Atualmente estou solteira há quase um ano. E pela primeira vez, estou aprendendo a lidar com quem eu sou... A respeitar os meus momentos silenciosos que eu realmente queira ficar sozinha com os meus pensamentos. Na maioria das vezes que “eu me joguei...” em amizades e relacionamentos sem futuro eu sempre acabava me machucando (ou machucando o outro) confesso que o meu silêncio tem me protegido de uma certa maneira dessas situações.

 No final das minhas relações (amizade e namoro) eu sempre me senti culpada, por sempre me colocar em primeiro lugar. Nesses vinte poucos anos... eu percebi que esse não era um erro, e sim, o meu grande acerto! Não ter me anulado, pela maioria das pessoas a fim de, ter um bom relacionamento acabou me protegendo de uma certa maneira. Protegendo de pessoas oportunistas que “roubam” a nossa solidão sem dar em troca a verdadeira companhia... pois sempre convivi bem sozinha.

Nesses vinte e poucos anos... encontrei muitas pessoas que na sua grande maioria, foram bacanas comigo e que se tornaram muito especiais no decorrer do tempo. Eu sendo a mesma pessoa que sou, sem me anular... com as companhias certas na nossa vida, nós não temos mais vontade de ser sozinha, e deixa de ser um rótulo de solidão para, uma escolha e aprendizado, antes de viver em um grande grupo aprende-se a viver consigo mesmo.

Um comentário

  1. Também gosto da solidão e prefiro resolver minhas coisas sozinha na medida do possível, as pessoas são complicadas a maioria das vezes...

    ResponderExcluir

➤ Todos os comentários são moderados.
➤ Comentários rasos e sem sentido não serão aceitos: Nem respondidos e muito menos retribuídos.
➤ Se você NÃO leu o post ou o assunto NÃO te interessa, NÃO COMENTA!
➤ A você que leu o post e vai fazer um comentário pertinente ao assunto, meu muito obrigada.
O mais breve possível passarei em seu blog para retribuir o carinho.

© Lado Milla
Maira Gall